
Não, não é mais uma receita. É uma ideia que reforça a importância do processo e o olhar sobre aquilo que nos rodeia com o olhar de ver. Queria perceber se conseguia fazer a minha própria pasta artesanal, com poucos recursos, sem máquinas. Tinha visto num "talk show" fazerem-no, e decidi experimentar... Só a criação da massa em si com apenas farinha e um ovo, deu uma mistura semelhante à plasticina, pasta de moldar, barro. Sentir um pedaço na mão que eu poderia deformá-lo com a forma que me apetece-se, remeteu-me à infância. Vocês sabem aquela sensação de recordar como era bom a inocência de brincar com os objectos, imaginando o que poderiam ser, todos os cenários e locais diferentes onde podia estar e aquelas histórias que tal vez só pudessem mesmo acontecer num universo de fantasia. Mas esse universo existia, pelo menos na minha mente. O quanto era feliz nesse mundo que só eu conseguia ver.
Acontece que quando crescemos, por vezes esquecemos as nossas origens, quem somos, quem fomos, quais eram as nossas ambições. Mas as crianças que fomos são grandes mestres de inspiração e estão sempre prontas a ajudar-nos, com toda a humildade, só temos de aprender ou reaprender a escutá-las interiormente.
E a melhor parte de tudo é que a plasticina seca, a pasta depois de abrir as asas da nossa imaginação, pode ser cozida, comida pois é deliciosa e não há desperdícios!
IC
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